Rui Tavares, deputado, líder e fundador do partido “Livre”, já desperta a atenção desde o início pelo nome do partido, uma escolha que parece, no mínimo, questionável e, na minha opinião, até enganadora.
Contudo, prefiro não me deter no nome do partido, e sim, focar-me nas palavras de Rui Tavares num recente debate com Rui Rocha da Iniciativa Liberal, transmitido pela CNN Portugal em 7 de fevereiro.
Nesse debate, Rui Tavares afirmou, cito: “Se não houvesse imposição legal, nunca teríamos chegado a uma jornada laboral de 8 horas“, uma afirmação que considero categoricamente falsa.
A criação da semana de trabalho tal como a conhecemos hoje, com 5 dias de trabalho, 8 horas por dia e 40 horas por semana, foi, na verdade, idealizada e posta em prática de forma totalmente voluntária por Henry Ford, o visionário fundador da Ford, uma conhecida empresa americana de automóveis.
Apesar de algumas fontes online sugerirem o contrário, destaco a avaliação do “Polígrafo”, que classificou essa informação como falsa, argumentando que a primeira lei desse tipo foi estabelecida em 1856, em Melbourne, Austrália. Intrigantemente, a fonte mencionada, “Maldito Bulo”, é um fact-checker espanhol, deixando espaço para especulações sobre a origem da informação.
Uma questão pertinente surge aqui também: até que ponto os meios de comunicação apoiados pelo Estado podem ser verdadeiramente independentes e sérios? Cada um de nós deve tirar suas próprias conclusões.
Dito isto, não considero Henry Ford um modelo de ética ou moral impecáveis, principalmente no âmbito político, que não é o foco central deste argumento. Considero Henry Ford um homem de negócios inteligente que compreendeu que mais horas nem sempre significam mais produtividade, algo revolucionário na sua época.
Ford reduziu a carga horária dos seus colaboradores e aumentou o salário não por benevolência, mas sim por pragmatismo empresarial. Este ajuste não apenas melhorou as condições de trabalho, mas também aumentou a produtividade e, consequentemente, os lucros.
E sim, contrariamente ao que muitos podem pensar, Ford não foi obrigado pelo governo americano!
Foi a mão invisível do mercado que o forçou.
Se não o tivesse feito, a concorrência teria atraído os melhores colaboradores, resultando em produtos e serviços superiores e, em última análise, maior rentabilidade do concorrente, podendo, quem sabe, levar à falência da Ford.
Assim, deixo a pergunta para reflexão: em quem confiamos mais, nos políticos que muitas vezes prometem algo de forma “gratuita”, ou nos empresários que nos querem vender algo por um preço?
Não procuro impor a minha visão sobre a de Rui Tavares, apenas exponho o meu argumento para que cada um reflita por si mesmo.
Abraça a liberdade!