O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, defendeu recentemente que o Estado deve assumir um papel ativo e transformador na economia portuguesa, e não ser visto como um entrave ao desenvolvimento. Na conferência “Reindustrialização”, realizada em Vila Nova de Gaia, Pedro Nuno Santos apelou a uma mudança na forma como se encara o papel estatal, sublinhando que, com políticas bem delineadas, o Estado pode ser um motor essencial para impulsionar setores estratégicos da economia.
Para Pedro Nuno Santos, o potencial da economia portuguesa está ainda longe de ser totalmente aproveitado, devido, em grande parte, à falta de foco nas políticas de incentivo e investimento. Na sua perspetiva, é crucial concentrar os recursos em áreas com maior potencial de crescimento, como a energia, a indústria automóvel, os transportes e a saúde. O dirigente acredita que uma abordagem mais orientada para estes setores poderá promover um crescimento económico robusto e criar condições para a retenção de jovens qualificados, que, de outra forma, acabam por emigrar em busca de melhores oportunidades.
Pedro Nuno Santos alertou também para a importância de explorar as novas regras de auxílio estatal da União Europeia, que oferecem maior flexibilidade, mas exigem estratégias cuidadosamente planeadas para evitar dependências excessivas e assegurar a competitividade nacional. “Esse trabalho não tem sido feito como é necessário em Portugal”, criticou, sugerindo que o país precisa de uma equipa especializada que compreenda e aplique eficazmente estas normas, maximizando as oportunidades sem comprometer a sustentabilidade económica a longo prazo.
O líder socialista questionou ainda a política de incentivos atualmente em vigor no país, considerando-a demasiado abrangente e dispersa. Segundo Pedro Nuno Santos, uma abordagem mais focada permitiria reforçar o “poder de fogo” em setores prioritários, evitando a fragmentação de recursos que acaba por enfraquecer o impacto das medidas de incentivo. Com esta visão, Pedro Nuno Santos sublinha a importância de um Estado mais intervencionista e estrategicamente posicionado para tornar a economia portuguesa mais competitiva e reduzir a fuga de jovens talentos para o estrangeiro.